Desabafo I

Mais um dia de chuva, pessoas se esbarram correndo da água gelada. Guardas – chuva de todas as cores, por todos os cantos. Colorindo um dia nublado. Hoje é apenas um dia como os outros - com a diferença que hoje é um dia a mais para você.
Sensações me envolvem de todas as formas, insegurança e alegria são mais presentes. Observando o movimento das ruas, eu sei que não sou apenas eu que estou pensando, sonhando e indo atrás do que desejo. O vento não para e por causa dele as nuvens estão em constante movimento. Os sonhos não param de surgir e é por isso que as pessoas estão sempre correndo de um lado e para o outro. Atrás de tudo que almejam de tudo o que necessitam. Às vezes, um sonho é efêmero, mas é um sonho. Tão importante como qualquer outro.
Sinto saudade da época que meus sonhos estavam mais próximos do meu alcance. Sonhos de criança, uma boneca que fala. Uma roupa de princesa. Saudade de quando contos de fadas eram meus sonhos.
Sonhos de uma adolescente não são difíceis de realizar. Fazer 18 anos, tirar a carteira de motorista... Sempre os mesmos.
E agora? O que eu posso sonhar? Agora eu entendo quando me diziam que sempre faltava algo. Agora eu reconheço essa sensação. Sensação de vazio, talvez, de impotência.
Eu me sinto como uma flor, prestes a desabrochar. Mas nunca desabrocha seja qual for o motivo.
Não sei para onde seguir. Queria explodir, queria me reencontrar, queria correr por ai, queria gritar algo. Queria surtar. Queria ser outra pessoa. Esquecer essa ‘Marioh’ que eu sou. Criar um personagem. Amar novamente. Entender o que sou o que fui e o que serei. Queria conseguir me encarar no espelho e ter orgulho e não sentir esse vazio. Queria tanta coisa, queria tanto... Tudo passado. Hoje eu não quero mais nada. Talvez o certo seja isso, esperar as coisas chegarem.
Mas se eu começar a esperar, eu paro de sonhar. E se paro de sonhar, para de correr atrás. E se assim o faço, começo a vegetar. E talvez seja pior a sensação. Sei que tudo é fase, e isso também vai passar. Quem sabe amanhã, o dia não acorde nublado. E sim um sol radiante, um sol brilhante. Quem sabe ele me invada com a tua luz e me faça acreditar em tudo de novo.
Recordo-me de um texto que escrevi para vocês – “ Seja um solzinho feliz.” É eu preciso voltar a ser um solzinho feliz, a contagiar quem está perto de mim. A acreditar em mim novamente. Acreditar nos meus sonhos. Pois foram os sonhos de um Ser superior que me tornou o que sou. E antes de desistir eu devo me lembrar que Ele não desistiu de nós. É isso, um sol radiante e contagiante de energia e brilho é o que vou voltar a ser. Independente do que eu escondo dentro de mim, dentro do meu coração e d’minha alma.
Hoje chove. Amanhã o sol volta a brilhar dentro de mim. E eu sei que desabrocharei.

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Sei que não são muitos os nossos leitores. Mas sempre tive um compromisso para quem lê o blog, e peço desculpas por faltar com vocês. Mas tudo está tão confuso que não consigo ao menos organizar-me nas palavras, nos meus posts. Quando o blog foi criado, eu – particularmente – tinha a intenção de sempre manter atualizado. Mas o tempo passa. O tempo que eu tinha antes não o tem hoje. E o que mais me entristece, a minha facilidade de escrever também não. Tudo foi com meus sonhos, não menos importantes que os atuais. Mas foram. Sinto falta, de escrever e as pessoas se identificarem comigo... chega de desabafo!
Obrigada mais uma vez.