sexta-feira, 26 de março de 2010

Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!

Poema da Gare do Astapovo  ( Mario Quintana)

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo,
Contra uma parede nua...
Sentou-se... e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo sozinho àquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A Morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!

A poesia não deve ser interpretada, ela por si própria ja é um interpretação, sinta o que ela lhe traz, e quando alguem lhe perguntar, como um aluno pergunta a professora de matemática, ... , " de que me serve isto". Lhe responderei, " Para nada", mas com certeza é um bom instrumento para você conseguir se desenvolver.
Bom fim de Semana
Abraço de Hahahel !

3 comentários:

  1. Muito bom!
    Ahhh, temos um novo anjo no pedaço!!
    Bem vindo Hahahel!!

    Pois é, muitas vezes o que pesamos "não servir pra nada", é o que nos faz crescer mais...
    Beijinhos!!

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  2. Concordo plenamente, muitas vezes o que não nos serviu pra nada foi algo que nos amadureceu, mas certamente iremos notar isso um dia, seja daqui a uma hora ou dez anos.
    E mais uma coisa, concordo quando vc fala que a poesia já é uma interpretação e que não devemos procurar interpreta-la, mas sim devemos tentar perceber o que sentimos ao lê-la, pq a poesia é um bocado de palavras carregadas de sentimentos.

    Bem-vindo Hahahel, e continue escrevendo belos textos como esse!
    Abraço.

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  3. Caramba, eu adorei a poesia. E faço minhas as palavras do andy. *-*

    Seja bem vindo, Hahahel! *-*

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